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Chatô - O Rei do Brasil

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


Bem-vindos ao Universo Chateaubriand.

No fim da década de 90, o jornalista e escritor Fernando Morais publicou uma das biografias mais polêmicas e comentadas do cenário político e comunicacional brasileiro. Também, em se tratando do mito Assis Chateaubriand, não poderíamos menos do que isso. "Chatô - O Rei do Brasil" nos relata toda a trajetória pessoal e profissional deste que foi um dos  homens mais poderosos do século XXI, atuando como um forte articulador político e atravessando diversas gerações de poder e governo no nosso país. 

Chateaubriand foi durante anos sinônimo de jornalismo no Brasil, somando competência à informação. Era também um nome a ser temido por muitos, visto que, concentrava uma grande rede de canais e veículos de comunicação, que por vezes eram utilizados para benefício próprio, buscando realizar algum desejo excêntricos de seu detentor. Atrevido, o jornalista natural de Pernambuco, não tinha medo de dar a cara tapa. Enfrentou a repressão, buscou o direito à liberdade de imprensa, apoiou e fez oposição a diversos governistas, difamou e elogiou muitas personalidades nas páginas de seus jornais, tudo conforme lhe era conveniente.    


Dono do império nomeado por “Diários Associados”, Chatô encontra-se imortalizado nas palavras de Fernando Morais, em uma obra clássica que retrata não só a vida de um ícone das comunicações brasileiras, mas registra também um período da história do país que mesmo com anos de escola não  poderíamos ter conhecido com tanto afinco e riqueza de detalhes. As palavras e acontecimentos, tecidos por fortes declarações, representam uma pessoa que não tinha ‘papas na língua’ e se considerava acima do bem e do mal em algumas situações. O livro vai atraindo a atenção do leitor aos poucos, conforme as páginas vão avançando pelos capítulos seguintes, maior o risco de você se apaixonar pela sagacidade do nosso herói-contrário, ou de sentir raiva e indignação pelos atos do mesmo.

A obra de Morais é leitura obrigatória em alguns cursos de comunicação de renomadas instituições de ensino, principalmente aos graduandos de jornalismo. Rico em lições sobre empenho na (amor à) profissão, investimentos e negócios (riscos e vantagens), arte e cultura, articulação e interesses políticos, amores (desejos e pudores), ética profissional (ou falta de-) e, sem dúvida, superação. 

Claro que não podemos fazer apologias e nem colocar o protagonista em uma posição de santificado, muito pelo contrário, caberá ao próprio leitor julgá-lo ao concluir as linhas finais. Há uma série de observações que podem ser elencadas como pró ou contra às atitudes de Chateaubriand, e esses pontos merecem ser deliberados com conhecedores de toda a sua história. 

Por hora, deixamos aqui a recomendação de um livro que poderá não ser o seu favorito, mas com certeza estará entre os que você lembrará durante muitos anos, seja quais forem os motivos.

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